Justiça condena hacker da Lava Jato a 10 meses de prisão por calúnia contra Bolsonaro
O 3º Juizado Especial Criminal de Brasília condenou Walter Delgatti Neto, conhecido como o hacker da Lava Jato, a dez meses de prisão pelo crime de calúnia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. A sentença foi proferida na segunda-feira, 29 de julho de 2024, e baseou-se em declarações falsas feitas por Delgatti durante seu depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do 8 de Janeiro.
Acusações Falsas
Durante seu depoimento na CPI, Delgatti afirmou que Bolsonaro teria grampeado ilegalmente o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A defesa de Bolsonaro alegou que essas acusações eram infundadas e visavam prejudicar a imagem do ex-presidente.
Decisão Judicial
O juiz Omar Dantas Lima, responsável pelo caso, concluiu que as provas apresentadas confirmaram a materialidade e a autoria do crime de calúnia. Segundo o magistrado, Delgatti agiu com a intenção de fazer uma falsa imputação em um contexto público de alta visibilidade, o que agravou a situação.
Consequências da Sentença
Além da pena de prisão, Delgatti foi condenado a pagar os custos do processo. A decisão judicial destacou a gravidade das acusações feitas pelo hacker, considerando o impacto negativo que poderiam ter na reputação de Bolsonaro e na confiança pública.
Histórico de Delgatti
Walter Delgatti Neto ganhou notoriedade em 2019 ao assumir a invasão aos celulares de procuradores do Ministério Público Federal (MPF) e do então juiz Sergio Moro, todos envolvidos na Operação Lava Jato. Atualmente, ele está preso em Araraquara (SP) por outro caso, relacionado a uma tentativa de invasão ao sistema do Poder Judiciário.
Repercussão
A condenação de Delgatti gerou diversas reações no meio político e jurídico. A defesa de Bolsonaro comemorou a decisão, afirmando que a justiça foi feita. Por outro lado, alguns críticos questionaram a severidade da pena, considerando o contexto das acusações.
Implicações Futuras
A sentença contra Delgatti pode ter implicações significativas para futuros casos de calúnia e difamação, especialmente aqueles envolvendo figuras públicas. A decisão reforça a importância de se basear em provas concretas ao fazer acusações graves.